E há um evento especial de construção de quadros, o Framebuilders` Build Off. Dois framebuilders começaram em Janeiro a trabalhar nas peças que vão revelar durante a Exposição.
Há pessoas que justificam a necessidade ou a “bondade” das ciclovias por pensarem que estas permitem que pessoas sem formação em condução e segurança rodoviária (tanto adultos como crianças e jovens) possam assim deslocar-se de bicicleta em segurança. Contudo, este raciocínio é errado. John Forester simplificou e unificou o ciclismo veicular em 5 princípios básicos de como o trânsito funciona e de como o ciclista age em cada situação. Os 5 princípios são:
Conduz do lado direito da faixa de rodagem, não do lado esquerdo e nunca no passeio.
Cede passagem ao tráfego de atravessamento em ruas superiores.
Cede passagem ao tráfego que te ultrapassa antes de mudar de via de trânsito.
Posiciona-te de acordo com o teu destino ao aproximares-te de uma intersecção.
Posiciona-te de acordo com a tua velocidade relativamente ao restante tráfego entre intersecções.
Como ele diz, se um ciclista obedecer a estes 5 princípios, poderá circular de bicicleta em muitos sítios com uma reduzida probabilidade de causar conflitos de trânsito. Não fará tudo da melhor forma possível, e ainda não saberá como se safar de sarilhos que outros condutores possam causar, mas sair-se-á melhor que a média dos ciclistas.
Ora, que princípio destes 5 é possível não conhecer e respeitar e ainda assim conduzir em segurança, se circularmos por ciclovias?…
As ciclovias exigem MAIS conhecimento e competência para serem seguras, tanto de ciclistas como de quem se cruza com eles, especialmente num país com o nosso quadro legal.
O facto de nos Países Baixos (nomeadamente na Holanda), cujo nível de qualidade das ciclovias é infinitamente superior ao nosso, que tem regras de trânsito mais vantajosas para os ciclistas, e que tem uma imensamente maior cultura de utilização da bicicleta, ter programas de formação de condução e segurança rodoviária em bicicleta implementados nas escolas (de modo a chegar a toda a população), quer dizer alguma coisa.
Se lá isto é importante, que dizer de cá?
Não vou comentar, pelo menos desta vez, a metodologia de formação aplicada, que transparece neste vídeo. Pretendo apenas chamar a atenção para o facto de haver formação universal gratuita e garantida pelo Estado.
Cá pretende-se começar pelo telhado (ciclovias, ainda por cima más, muitas vezes), deixando as paredes (legislação e formação) para “um dia”.
Precisamos de mais pessoas formadas nestas questões e de mais indivíduos e empresas a trabalhar nesta área (a Cenas a Pedal não daria vazão a todo o país :-P), precisamos de discutir longamente e desenvolver abertamente com os váriosstakeholders um Padrão Nacional de Formação para procurar garantir o máximo de qualidade, e precisamos que o Estado apoie este tipo de programas para adultos e, principalmente, que os implemente nas escolas, porque “de pequenino é que se torce o pepino” (e porque fazer isto nas escolas é mais eficiente do ponto de vista dos custos e porque garante que toda a população tem acesso a isto e não simplesmente só os que podem pagar e/ou os que estão interessados à partida – tal como a Matemática, a Ed. Física, etc).
O Estado português precisa de “put its money where its mouth is“, como dizem os americanos, e passar da conversa mole sobre sustentabilidade e bicicletas e peões e transportes públicos e green e nova mobilidade e obesidade infantil e blá blá blá,… à acção (com resultados!).
Apelo: vão de transportes públicos, têm a estação de comboios de Oeiras e um terminal de autocarros ali ao lado, ou de bicicleta (e perguntem pelo parque de estacionamento das biclas – penso que não há, mas se houver descobrem-no, e se não houver deixam o recado para a próxima vez…).
No próximo dia 9 de Maio, Domingo à tarde, a Cenas a Pedal estará no GPA Roadshow Oeiras Sustentável, no Jardim de Oeiras, a desenvolver uma acção de formação na área da mobilidade em bicicleta. Um excelente ponto de partida para os principiantes e para os que estão ainda a ponderar começar a andar mais de bicicleta.
Inscrevam-se!
Dêem a dica aos amigos e familiares!
É grátis! 🙂
A acção consiste em duas partes complementares mas independentes:
Tópicos a abordar: as vantagens de andar de bicicleta, os requisitos, como aumentar a sua segurança ao conduzir, como manter a bicicleta em boas condições e protegê-la de roubos, utilização com os transportes públicos e o automóvel, soluções para transporte de bagagem e de crianças, como pensar e agir de modo a evitar acidentes, acessórios de segurança.
Sessão prática “Introdução à condução de bicicleta”
Horário: das 16h15 às 18h15.
Lotação: 15 pessoas (a partir dos 10 anos). Atenção, os participantes deverão levar a sua própria bicicleta. A CMO irá disponibilizar, contudo, 10 bicicletas para quem precise.
Programa:
Esta formação é orientada para resultados, esperando-se que os participantes, no final da sessão, sejam capazes de, consistentemente:
* Montar e desmontar da bicicleta sem ajuda
* Começar e pedalar sem ajuda
* Parar sem ajuda
* Andar de bicicleta sem ajuda por mais de um minuto
* Fazer com que a bicicleta vá para onde se deseja
* Usar as mudanças correctamente (no caso de a bicicleta as ter)
* Parar rapidamente com controlo
* Manobrar com segurança de modo a evitar objectos
* Olhar em volta, incluindo para trás, sem cambalear
* Sinalizar direita e esquerda sem cambalear
* Realizar uma avaliação simples do estado/condição da bicicleta
Para tal serão desenvolvidos vários exercícios e jogos. O objectivo é preparar o ciclista para dominar bem a bicicleta de modo a poder controlá-la com segurança e manter a sua atenção na estrada e no trânsito.
O GPA Roadshow tem como objectivo levar às comunidades locais exemplos do que de melhor está a ser feito em Portugal nas áreas da energia, água, resíduos, biodiversidade, mobilidade e responsabilidade social, através de conferências, workshops e exposições. É também uma grande oportunidade para as autarquias poderem apresentar os seus projectos sustentáveis.
Esta iniciativa pretende ser um “agente de mudança de atitudes e comportamentos”, contribuindo para sensibilizar, alertar e consciencializar a sociedade civil obre a importância do equilíbrio ambiental, económico e social.
Esta mostra itinerante está associada aos Green Project Awards 2010, prémios de referência a nível nacional na área do desenvolvimento sustentável.
Criados pelo Grupo GCI – Gestores de Comunicação Integrada, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Quercus, os Green Project Awards visam distinguir e reconhecer as melhores práticas em projectos que promovam e valorizem a sustentabilidade, isto é, “que sejam economicamente responsáveis, socialmente inclusivos e ambientalmente positivos”.
Além de pretender reconhecer as boas práticas dos projectos portugueses que promovem o desenvolvimento sustentável, esta iniciativa quer “reforçar a sustentabilidade com vista a uma repercussão no comportamento dos cidadãos e decisores em geral”. O lema é claro: “com práticas mais sustentáveis ganha a sua empresa, ganha o nosso país e ganha o planeta”.